Agricultora é exemplo em centro de comercialização em Pernambuco

Maria Úrsula Santos da Conceição, ou simplesmente Maria, como todos a conhecem na Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), no Recife (PE), tem 36 anos. Ela é uma das muitas agricultoras familiares que tiveram a alegria de ver, em pouco tempo, a vida mudar para melhor

Maria Úrsula Santos da Conceição, ou simplesmente Maria, como todos a conhecem na Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), no Recife (PE), tem 36 anos. Ela é uma das muitas agricultoras familiares que tiveram a alegria de ver, em pouco tempo, a vida mudar para melhor. Maria comercializa seus produtos na Cecaf, uma das Boas Práticas a serem apresentadas no Salão Nacional dos Territórios Rurais, evento que ocorre em novembro, em Brasília.

Há pouco mais de um ano, Maria começou a vender sua produção, três vezes por semana, na Central. "O que encarece é o frete porque as distâncias são grandes", diz a agricultora. É que, apesar de nascida em Mirandiba, no sertão pernambucano, é em Rodelas, na Bahia, que ela tem plantação de mamão. Mesmo considerando os custos com transporte, a agricultora revela que tem valido a pena. "Eu tinha três hectares. Agora, já tenho seis. Aos poucos, quero descansar a terra e expandir a produção," adianta ela que, mesmo sem tanto conhecimento técnico, sabe as pequenas regras do desenvolvimento sustentável.

Trabalham na plantação do mamão em Rodelas, além da agricultora, o marido e seus quatro filhos. Associada à Cooperativa Rio São Francisco, que tem sede em Juazeiro da Bahia e reúne 42 agricultores familiares, Maria conta que o mamão que vende tem certificado orgânico, pela Associação de Certificação de Produtos Orgânicos do Espírito Santo.

Agarrada à sua carteirinha de dinheiro, e bem parecida com os que fazem grandes negócios, Maria prefere não declarar exatamente quanto vem ganhando depois que passou a comercializar o que sua família produz. Diz apenas que o primeiro dia de vendas, a quarta-feira, dá "apenas para pagar o frete". Os dois dias seguintes, rendem bem. Sua produção semanal é de cerca de cinco toneladas. O quilo de mamão na Central gira em torno dos R$ 0,80.

Ao final, faz um convite aos agricultores familiares. "Se a produção é pequena, o que encarece o frete, junte uns dois ou três e venham vender sua produção. É você vendendo ao consumidor direto, sem o atravessador".

Central de Comercialização da Agricultura Familiar
A Central de Comercialização da Agricultura Familiar (Cecaf), inaugurada em julho do ano passado, é fruto de um investimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) da ordem de R$ 2,87 milhões, que teve contrapartida estadual. O governo de Pernambuco também cedeu o terreno onde foi construído o galpão.

A Cecaf possui uma área de 3.500 metros quadrados, que comporta por dia 500 produtores, e tem infra-estrutura para carga e descarga, estacionamento, além de vias de acesso de 12.000 metros quadrados de pavimentação. A Central está localizada no Complexo Rodoviário do Curado, na Ceasa, no quilômetro 70 da BR-101 Sul, em Pernambuco.

Salão Nacional dos Territórios Rurais
A Cecaf é uma das 104 Boas Práticas Territoriais a serem apresentadas em Brasília, entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro de 2006, durante a realização do Salão Nacional dos Territórios Rurais.

"As Boas Práticas são experiências protagonizadas pelos atores sociais e governamentais dos territórios rurais", diz Vera Azevedo, uma das coordenadoras do Salão. Ainda segundo Vera, os critérios de escolha dessas experiências levaram em conta quatro critérios: "a abrangência territorial, inclusão nas pautas do colegiado territorial, relação com o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e o fato de a experiência estar implantada ou em processo de implantação no território".

O Salão Nacional tem o objetivo de apresentar as ações desenvolvidas nos territórios rurais capazes de inovar e transformar a realidade do Brasil Rural. O evento será um espaço de valorização dos atores sociais dos territórios que estarão reunidos, pela primeira vez, para dialogarem entre si e com os demais parceiros governamentais e da sociedade civil.

Além das Boas Práticas, o Salão terá outras três atividades principais: Oficinas de Políticas Públicas, Encontro Nacional dos Colegiados Territoriais e Seminário de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial. Outras informações sobre o Salão podem ser obtidas no site www.territorios.com.br, pelos telefones: (61) 3327-2830 e 3327-2831, ou pelo endereço eletrônico: http://[email protected].

Com informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)

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