O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que serão analisadas as denúncias de movimentos sociais que acusam empreendimentos financiados pelo banco de estar associados à expulsão de comunidades quilombolas e indígenas de suas terras.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que serão analisadas as denúncias de movimentos sociais que acusam empreendimentos financiados pelo banco de estar associados à expulsão de comunidades quilombolas e indígenas de suas terras. A declaração aconteceu durante o encontro do BNDES com 27 movimentos sociais integrantes da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais.
Coutinho foi questionado sobre o caso da multinacional Aracruz Celulose, da qual o banco detém parte das ações. Para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e para a Fundação Nacional do Índio (Funai) a empresa invadiu milhares de hectares de comunidades tradicionais nos municípios de Conceição da Barra e Aracruz (ES). Coutinho afirmou que a estrutura das empresas de papel e celulose veio do passado e que o BNDES incentivará a sua remodelagem, de forma que elas sejam mais atentas aos critérios sócio-ambientais.
O conjunto de movimentos que integra a Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais já havia entregado ao presidente do BNDES, no dia 09 de julho deste ano, um documento cobrando mais transparência, aumento do controle social e a definição de rigorosos critérios sociais, ambientais e trabalhistas para investimentos. Chamado de Plataforma BNDES, o documento propõe, por exemplo, que o banco passe a cobrar formalidade dos empregos gerados e redução de desigualdades de gênero e raça das instituições que recebem seus empréstimos.
De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur.