Um grupo de 25 educadores(as) populares de Goiás se reuniu de 15 a 17 de fevereiro, na Casa da Juventude, em Goiânia, na 2ª etapa do Planejamento das ações da Rede de Educação Cidadã e da etapa do convênio no Estado.
Para situar os membros novos, foi feita uma memória com o processo da Rede no Estado, com destaque para a fase inicial mais massiva quando a Rede conseguiu chegar a vários municípios e a opção de trabalhar com as lideranças dos movimentos sociais o que não permitiu o acompanhamento aos municípios. O grupo destacou também as mudanças e diferentes fases políticas da Rede no Estado e no Brasil.
Contextualizada a história e o atual momento que vive, partiu-se para uma Roda de Conversas entre os movimentos e entidades no qual cada uma colocou a sua conjuntura, as conquistas e desafios mais recentes, com quem dialoga e quais os temas está discutindo e têm necessidade de aprofundar.
A equipe de educadores da Rede sistematizou os temas, como segue:
1 – Sustentabilidade a) Geração de renda (sustentabilidade financeira e política da militância e das lutas sociais), b) – Como elaborar projetos e captação de recursos, c) 3 – Formas solidárias de produção coletiva – cooperativismo, associativismo e auto-gestão (como fazer).
2 – Formação política (o que é movimento social, organicidade, trabalho de base e educação popular, trabalho em grupo, mobilização, lutas e organização para a conquista de direitos…)
3 – Direitos humanos (violência policial, ECA, educação, cidade, Estatuto da Cidade, terra e território, moradia adequada, alimentação adequada, trabalho, direito econômico, direito ao meio ambiente, LOSAN, LOAS…)
4 – Democratização da comunicação e capacitação em comunicação popular
5 – Como funciona o Estado (políticas públicas – energia e água -, executivo, legislativo, Conselhos, conferência, relação com a sociedade civil, controle social das políticas…)
6 – Diversidade e Identidade pessoal e social (gênero, geração, sexual, raça – etnias e afrodescedencia, lei 10.639 -…)
7 – Como funciona a sociedade (globalização, luta de classes, criminalização dos movimentos sociais, desigualdades sociais, violência e desemprego, valores de consumismo, individualismo, migração…)
8 – Resistência cultural e cultura popular
9 – Concepções de desenvolvimento – a) Agroecologia em contraposição ao agronegocio na perspectiva socioambiental, b) economia solidária
Após serem aprovadas pela plenária, cada um dos 4 grupos escolheu um tema acima para preparar uma oficina, analisadas posteriormente na plenária à luz do Projeto Político Pedagógico. Foram elaboradas uma oficina para discutir a Identidade Pessoal e social da População Afrodescendente, uma sobre Violência Policial, uma sobre formas solidárias de produção e uma sobre gênero.
A proposta global do convênio com suas rubricas nacionais e para o Estado foi apresenta para o grupo. O que permitiu discutir a organização das 54 oficinas a partir dos temas levantados e demandados pelos entidades e movimentos que integram a Rede no Estado.
Também definiu-se os temas e lutas que serão fortalecidos com os recursos dos encontros microrregionais, tais como: a) 08 a 10 de março – Encontro de 600 mulheres da Via Campesina; b) Assembléia Popular e Grito dos Excluídos; c) Um encontro, na região do Médio Araguaia, sobre Modelos de Desenvolvimento em Goiás e Ecosol; e d) Um encontro de fortalecimento da articulação dos povos quilombolas da região de Cavalcanti, em Goiás.Também sugeriu-se que inclua como um tema da assembléia popular o tema da violência policial contra os jovens.
Uma nova coordenação estadual também foi composta, a partir da avaliação da coordenação anterior. Deste modo integram a coordenação no Estado, os 3 educadores(as) contratados(as), 1 representante da Comunicativa, entidade âncora local, 1 representante indicado pelo conjunto de movimentos sociais, 1 indicado pelas entidades de assessoria e ONGs e 1 indicado pelas pastorais sociais.
Apesar de algumas ausências significativas no encontro, como o Movimento de Catadores e outros, a avaliação geral foi de que o encontro ajudou a perceber como o Projeto Político Pedagógico da Rede vai se concretizando e de que as pessoas se sentiram sujeitas do processo e da construção da Rede no Estado.
Estiveram representados o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento Terra e Liberdade (MTL), Fórum Goiano de Economia Solidária, Sem Teto do Parque Oeste, Habitat para a Humanidade, Instituto Brasil Central de Direitos Humanos, Cerrado Assessoria Jurídica Popular, Trama Assessoria Juvenil, Casa da Juventude Pe. Burnier, Pastoral da Juventude do Meio Popular, Pastoral dos Migrantes, Pastoral Afro e Agentes de Pastoral Negros, Comitê pelo Fim da Violência Policial, Centro de Estudos Bíblicos do Centro-Oeste e Capoeira Kalunga.
Por Willian Bonfim